São Paulo (AE) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que o PT dê início ao processo de formação de uma política de alianças na capital paulista visando as eleições municipais de 2012. No foco estão os tradicionais aliados do partido em São Paulo: PCdoB , PDT, PSB e PR. Além disso, o ex-presidente defendeu que o partido estenda o diálogo ao PMDB, em uma tentativa de reproduzir a aliança que elegeu a presidente Dilma Rousseff. Lula reuniu-se ontem com o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), pré-candidato da sigla à sucessão do prefeito Gilberto Kassab.
antônio cruz/abrLula pede que o PT se identifique com as camadas mais pobres da população de São Paulo
Após o encontro, ocorrido no Instituto Lula, em São Paulo, o parlamentar ressaltou que o ex-presidente defendeu as negociações com o PMDB, ponderando que, na sua avaliação, o partido está empenhado na candidatura do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP). "Ele acha que o PMDB está empenhado na candidatura do Chalita, mas não custa conversar", afirmou.
Lula vem trabalhando pelo lançamento do nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, que ainda encontra resistência por parte de algumas alas petistas. Uma aliança entre PT e PMDB seria mais uma forma de fortalecer o nome de Haddad, que, ainda relativamente desconhecido dos eleitores, teria maior espaço na campanha nos meios eletrônicos. "Essa é uma preocupação, estabelecer uma política de alianças em SP que não se limite ao PT, que construa um campo maior", disse Zarattini.
Segundo ele, Lula também defendeu na reunião uma renovação no discurso eleitoral do PT na capital paulista. O parlamentar ressaltou que o ex-presidente destacou a importância de se construir um diálogo também com, por exemplo, a classe média. "O PT em São Paulo tem como característica fazer um discurso mais voltado para os setores mais pobres da população", reconheceu. Zarattini destacou que um dos temas que o PT poderia incluir em seu discurso é o alto custo de vida na capital paulista. "Lula acha que tem de ter uma renovação no discurso, que precisamos ampliá-lo", afirmou.
O parlamentar disse ainda que o ex-presidente garantiu que dará apoio ao nome que for escolhido pelo PT para disputar a sucessão de Kassab e que ele fará campanha "de qualquer maneira para cada candidato". Mais cedo, o ministro Fernando Haddad relatou que o ex-presidente está animado com o debate em torno das eleições municipais e que ele admite a possibilidade da disputa ser definida por meio de prévias. Haddad almoçou com o ex-presidente na sede do Instituto Lula.
No final da tarde, Lula se reuniu com deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e, depois, com a senadora Marta Suplicy. Ao deputado, o ex-presidente disse não acreditar na candidatura de José Serra em 2012. Serra já foi prefeito e governador e, nos dois casos não terminou o mandato. "O Serra não ficou nem na Prefeitura de São Paulo nem no governo estadual. Ele vai voltar tudo de novo?", questionou o parlamentar, lembrando que Serra deixou a prefeitura em 2006 para disputar o governo do Estado e renunciou ao mandato de governador em 2010 para disputar a presidência da República.
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